O vírus sincicial respiratório (VSR) é uma das principais causas de infecções das vias respiratórias e pulmões em recém-nascidos e crianças pequenas. Essa infecção viral pode levar a complicações graves, especialmente em pacientes com sistema imunológico ainda em desenvolvimento. Neste artigo, abordaremos os aspectos cruciais do VSR e discutiremos os sintomas, diagnóstico e medidas preventivas para ajudar a proteger nossas crianças.
Sintomas do VSR: Reconhecendo os Sinais
Para saber se uma criança está infectada pelo vírus sincicial respiratório, é crucial identificar os sintomas característicos. Embora os sintomas possam variar de pessoa para pessoa, existem alguns sinais comuns a serem observados. São eles:
- Congestão Nasal e Coriza: o nariz entupido e a coriza são sintomas comuns do VSR. A criança pode apresentar dificuldade para respirar pelo nariz devido ao acúmulo de muco.
- Tosse: a tosse é um sintoma frequente, e pode ser seca ou produtiva. Ela pode ser persistente e irritante para a criança.
- Dificuldade Respiratória: em casos mais graves, a criança pode apresentar dificuldade para respirar, respiração acelerada e chiado no peito.
- Febre: embora nem todas as crianças com VSR desenvolvam febre, ela pode estar presente em alguns casos. É importante monitorar a temperatura da criança e buscar orientação médica se a febre persistir ou aumentar.
- Irritabilidade e Falta de Apetite: o VSR pode causar irritabilidade na criança, além de redução do apetite e do interesse por alimentos.
- Pausas Respiratórias (Apneias): principalmente em bebês, é fundamental prestar atenção a pausas respiratórias que ocorram por mais de dez segundos. Se isso acontecer, é necessário buscar atendimento médico imediato.
VSR: Um Desafio para a Saúde Infantil
O vírus sincicial respiratório é altamente contagioso e pode ser transmitido por meio de gotículas de saliva, tosse ou espirro de uma pessoa infectada. O contágio geralmente ocorre em ambientes fechados, como creches, escolas e lares. O VSR pode sobreviver por várias horas em superfícies contaminadas, aumentando ainda mais o risco de propagação.
O Aumento das Infecções por VSR fora de Época
Segundo dados do boletim InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), as infecções causadas pelo vírus sincicial respiratório foram responsáveis por 59% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças com até 4 anos, no período de 11 de dezembro de 2022 a 7 de janeiro de 2023. Surpreendentemente, esses números revelaram um aumento significativo nas hospitalizações de crianças durante uma época do ano em que o VSR não costuma circular com tanta intensidade.
De acordo com a infectologista Emy Akiyama Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein, há várias hipóteses para esse aumento inesperado de casos durante o verão. Uma delas é o fato de que muitas crianças não tiveram contato com o vírus durante a pandemia, devido ao isolamento social. Com a retomada das viagens e o aumento da mobilidade das pessoas, o vírus encontrou uma população suscetível, o que pode ter contribuído para a disseminação da infecção.
Medidas Preventivas para Proteger as Crianças
Diante desse cenário preocupante, é fundamental adotar medidas preventivas para proteger as crianças contra o vírus sincicial respiratório. Aqui estão algumas orientações importantes:
- Higienização das mãos: lave as mãos regularmente com água e sabão, principalmente antes de tocar no bebê ou de preparar alimentos. Caso não haja acesso a água e sabão, utilize álcool em gel 70% para a higienização.
- Evite aglomerações: mantenha o bebê afastado de locais com muitas pessoas, especialmente durante os períodos em que o VSR está mais ativo.
- Proteção respiratória: evite exposição do bebê a fumaça de cigarro e outros poluentes ambientais, pois isso pode aumentar a suscetibilidade a infecções respiratórias.
- Vacinação: consulte o pediatra e mantenha as vacinas do seu filho em dia, incluindo a vacina contra o VSR, quando disponível.
- Amamentação: o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade fortalece o sistema imunológico do bebê, tornando-o mais resistente a infecções.
- Ambientes limpos: mantenha a casa limpa e bem ventilada, realizando a limpeza regular dos brinquedos e superfícies com desinfetantes adequados.
Apoio Clínico para Crianças com VSR
Infelizmente, não há um tratamento antiviral específico para o VSR. Quando uma criança é diagnosticada com essa infecção e precisa ser internada, o principal objetivo do tratamento é fornecer suporte clínico para aliviar os sintomas e ajudar a criança a se recuperar. Isso inclui medidas como:
- Suplementação de Oxigênio: em casos de dificuldade respiratória, a criança pode receber oxigênio suplementar para garantir que seu corpo receba oxigênio suficiente.
- Fisioterapia Respiratória: a fisioterapia respiratória pode ser realizada para ajudar a melhorar a respiração da criança, remover secreções pulmonares e facilitar a recuperação.
- Hidratação Adequada: manter a criança bem hidratada é essencial durante o tratamento. Isso pode ser feito através da administração de líquidos por via oral ou, em casos mais graves, por via intravenosa.
É importante ressaltar que cada caso é único, e o tratamento será determinado pelo médico responsável, levando em consideração a gravidade dos sintomas e a condição geral da criança.
Diagnóstico e Prevenção do VSR
O diagnóstico do VSR é geralmente feito com base nos sintomas e no exame físico realizado pelo médico. Em alguns casos, podem ser solicitados exames laboratoriais, como a análise do muco nasal ou uma amostra de sangue, para confirmar a presença do vírus. No entanto, é importante destacar que o diagnóstico clínico é a principal forma de identificação do VSR.
Para prevenir a infecção pelo VSR, é recomendado adotar medidas de higiene e precaução, tais como:
- Higienização das Mãos: lave as mãos regularmente com água e sabão, especialmente antes de tocar no bebê ou de preparar alimentos. Se não houver acesso a água e sabão, utilize álcool em gel 70% para higienização.
- Evitar Contato com Pessoas Doentes: evite expor a criança a pessoas doentes, especialmente durante os períodos de maior circulação do VSR.
- Manter Ambientes Limpos: mantenha a casa limpa e bem ventilada, realizando a limpeza regular de brinquedos e superfícies com desinfetantes adequados.
- Amamentação: o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade fortalece o sistema imunológico do bebê, tornando-o mais resistente a infecções, incluindo o VSR.
Prevenção e Tratamento do Vírus Sincicial Respiratório: Orientações Médicas
O vírus sincicial respiratório (VSR) é altamente contagioso e pode ser transmitido pelo ar, por toque e por objetos contaminados. Assim como outras infecções virais, como a covid-19, a prevenção do VSR é essencial para proteger a saúde das pessoas, especialmente das crianças. Nesse sentido, médicos reforçam a importância de adotar medidas adequadas para evitar a disseminação do vírus.
A Dra. Flávia Carvalho, renomada médica especialista em doenças respiratórias, destaca a necessidade de evitar ambientes fechados e com aglomeração de pessoas, especialmente nos primeiros três meses de vida das crianças. A ventilação adequada dos ambientes é um fator crucial na redução do risco de transmissão viral. Além disso, a higienização regular das mãos com água e sabão, ou o uso de álcool em gel, bem como o uso de máscaras, são medidas que favorecem a redução da transmissão do VSR.
Crescimento do VSR
É importante ressaltar que o crescimento do VSR ocorre em um momento em que há uma redução da circulação do coronavírus. Porém, é essencial manter a atenção para outras infecções respiratórias, que também podem levar a quadros graves, exigindo internação em UTI. A pandemia e o período de isolamento social contribuíram para uma redução significativa da circulação do VSR e de outros vírus respiratórios, devido ao uso generalizado de máscaras e a adoção de medidas de higiene mais rigorosas.
Mais algumas medidas de prevenção e tratamento do vírus sincicial
Como parte das medidas de prevenção, é fundamental diminuir o contato com crianças e adultos infectados pelo vírus sincicial respiratório. Evitar visitas a pessoas doentes e seguir rigorosamente as orientações médicas quanto ao distanciamento social são medidas eficazes para reduzir a disseminação do vírus.
No que diz respeito ao tratamento do vírus sincicial respiratório, é importante destacar que ainda não há um tratamento específico com antivirais disponível. Quando uma criança é diagnosticada com a infecção e necessita de internação, o tratamento é focado em fornecer suporte clínico para aliviar os sintomas e promover a recuperação. O suporte respiratório, como a administração de oxigênio, é fundamental para garantir uma adequada oxigenação do organismo. Além disso, a fisioterapia respiratória é utilizada para auxiliar na desobstrução das vias respiratórias, facilitando a eliminação de secreções e melhorando a função pulmonar. A hidratação adequada também desempenha um papel fundamental no tratamento, com a oferta de líquidos em quantidade suficiente.
É fundamental ressaltar que o diagnóstico do VSR é principalmente clínico, e em tempos de pandemia, é possível que as crianças com sintomas respiratórios sejam submetidas a testes para descartar outras infecções. Portanto, é imprescindível que os pais estejam atentos aos sinais e sintomas da infecção e busquem atendimento médico adequado o mais rápido possível, se necessário.
Complicações da infecção pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR):
- Pneumonia e bronquite: Casos graves e não tratados adequadamente podem levar ao desenvolvimento de pneumonia, uma infecção nos pulmões, e bronquite, uma inflamação dos brônquios.
- Infecção do ouvido médio: Especialmente em crianças, devido às suas trompas de Eustáquio mais curtas, a infecção pelo VSR pode resultar em infecção do ouvido médio, conhecida como otite média.
- Risco de asma futura: Estudos indicam que crianças que tiveram infecção pelo VSR têm maior probabilidade de desenvolver asma no futuro.
Os grupos com maior susceptibilidade aos riscos e complicações da infecção pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) incluem:
- Crianças com menos de 2 anos de idade
- Bebês prematuros
- Crianças com sistema imunológico comprometido
- Crianças em ambientes de creche com grande aglomeração
- Adultos com histórico de asma ou outras doenças pulmonares e cardíacas
- Pessoas com sistema imunológico enfraquecido
Esses grupos apresentam maior probabilidade de desenvolver sintomas graves e podem requerer cuidados médicos adicionais. É essencial adotar medidas preventivas adequadas e buscar atendimento médico imediato se houver suspeita de infecção pelo VSR nesses grupos de maior risco. CUIDEM-SE.
fontes
https://vidasaudavel.einstein.br/virus-sincicial-entenda-os-riscos-da-infeccao-respiratoria/
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz): Ciência e tecnologia em saúde para a população brasileira